O presente blogue versa sobre várias questões e pretende abordar/divulgar principalmente temas como: transportes, consumo de combustivel, eco-condução, mobilidade, segurança rodoviária, cidadania, código da estrada, regulamentos, legislação laboral, livrete individual de controlo, tacógrafos, qualificação/formação dos motoristas, certificado de aptidão de motorista, carta de qualificação motorista, novas obrigações para motoristas, revalidação da carta de condução, segurança e saúde no trabalho entre outros de forma genérica.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Autocarro de transporte de passageiros circulava com falta de segurança.


Automatismo da porta substituído por corda
Trinta e oito passageiros que faziam a viagem Lisboa – Bragança num autocarro da rede Expresso, não ganharam para o susto e viram a sua viagem atrasada em mais de duas horas devido a uma avaria no automatismo de uma das portas.
Eram 16.00 horas do dia de ontem, quando o autocarro número 2717 partiu da estação de Sete Rios, em Lisboa, com destino a Bragança.
Cerca de meia hora após a partida, perto de Vila Franca de Xira, os 38 passageiros do autocarro foram surpreendidos por um estranho solavanco, que se veio a verificar ser consequência de uma avaria no mecanismo da porta dianteira do lado direito, e que automaticamente aciona os travões.
Esta anomalia obrigou o condutor do autocarro a imobilizar a viatura na berma da estrada, de modo a poder acionar o fecho da porta, tendo de seguida prosseguido viagem.
Porém, este incidente viria a repetir-se por mais quatro vezes, provocando alarme e algum pânico por entre os passageiros que temeram prosseguir viagem.
“A primeira vez que a porta abriu as pessoas ficamos surpresos e assustadas, mas quando a cena se repetiu já começámos a ficar com medo. Houve até uma senhora que ameaçou sair do autocarro”, contou um dos passageiros ao IMPRESSO.
Numa tentativa de chegar à área de serviço mais próxima, Aveiras de Cima, o condutor do autocarro teve que reduzir a velocidade para cerca de 65 km/hora, por ser a única maneira de evitar que a porta abrisse em andamento.
Automatismo da porta substituído por corda
Uma hora depois, já na estação de serviço de Aveiras de Cima, o condutor tentou solucionar o problema, mas de uma forma que deixou os passageiros apreensivos e incrédulos com o cenário: usou uma corda para prender a porta pelo interior de modo a evitar que se abrisse em andamento.
Uma passageira, enfurecida com o insólito, acabou por usar o telemóvel para alertar as autoridades para a situação, tendo mesmo se recusado a prosseguir viagem, optando por ficar na área de serviço.
“Quando parámos em Aveiras, pensámos que íamos fazer o transbordo para outra viatura da empresa, para podermos prosseguir a viagem em segurança, mas afinal o que sucedeu foi um remedeio artesanal. Eu nem queria acreditar quando vi o condutor a atar a porta com uma corda”, relatou um dos passageiros.
E foi nestas condições que o autocarro prosseguiu viagem pela A1, mesmo com o manifesto dos passageiros que alegavam ser “uma evidente falta de segurança”.
O IMPRESSO entrou em contacto com a empresa de transportes, mas por ser fim de semana não foi possível falar com a administração, tendo apenas contactado com o responsável da área do movimento, que no momento desconhecia a situação.
Engenho improvisado foi infrutífero
Poucos quilómetros depois da saída da área de serviço de Aveiras, o improvisado engenho verificou-se infrutífero e o mecanismo de abertura da porta voltou a acionar os travões, provocando mais um solavanco, e obrigando o condutor a parar na berma da auto estrada dado as elevadas reclamações e revolta dos passageiros, que se recusavam a viajar nessas condições, ao mesmo tempo que exigiam uma viatura de substituição. “Isto não se admite, pagámos bilhete e queremos viajar em segurança e por isso quando o autocarro parou em Aveiras, nunca devia ter saído de lá até que viesse outro autocarro”, comentou revoltado um dos passageiros.
Perante a chefia, o motorista do autocarro terá se recusava a cumprir a rota da viagem “as pessoas estão todas a reclamar e com razão. Eu vou levar o autocarro até à estação de serviço de Santarém, só para não ficarmos aqui parados na auto estrada, mas a partir daí lavo as minhas mãos”, terá dito ao telefone, segundo nos relatou um passageiro.
BT manda parar o autocarro
A circular a 65km/hora, e já com o intuito de fazer paragem na área de serviço de Santarém, o autocarro foi intercetado pela Brigada de Trânsito, que terá feito sinal ao motorista para se desviar para essa mesma zona e parar a viatura. De seguida, os agentes da BT abordaram o condutor, e um deles terá entrado no autocarro pela porta traseira, tendo pedido a identificação do condutor e feito uma vistoria geral ao autocarro, ao mesmo tempo que verificou a existência da corda que segurava a porta.
Ao que tudo indica, e segundo fonte no local, os agentes da BT terão procedido ao levantamento de auto por violação das condições de segurança, desconhecendo-se até ao momento as sanções aplicadas.
Sem confirmação, esta interceção da BT poderá ter sido resultado da queixa da passageira que ficou em Aveiras por se ter recusado a prosseguir viagem.
Passageiros sofreram duas horas e meia de atraso
Com algumas ameaças de que iriam apresentar queixa à empresa de transporte, os passageiros viram finalmente o caso solucionado, através de dois autocarros, que faziam o mesmo percurso inicial deste, mas com outro horário.
O primeiro autocarro de transbordo chegou por volta das 18.oo horas e transportou vinte e seis passageiros, dos quais nove ficariam em Fátima e dezassete seguiriam para Viseu. Os restantes doze tiveram que aguardar mais trinta e cinco minutos até que outro autocarro chegasse para os levar até ao destino final.
Esta aparatosa viagem resultou em duas horas e meia de atraso e um valente susto para os trinta e oito ocupantes do autocarro número 2717, que tão depressa não esquecerão este insólito incidente.
Texto: Cláudia Sofia
Fotografia: Cláudio Batista







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